Uma mensagem diferente por dia

terça-feira, 27 de julho de 2010

Médium de Cura

                                                      TRABALHOS DE CURA

Os chamados trabalhos de cura são dos que mais devem ser levados a sério numa casa espírita. Infelizmente, este tipo de atividade dá margem a infiltração dos espíritos perturbadores, que acabam, por vezes, comprometendo toda a estrutura espiritual da casa, fazendo com que as demais tarefas sejam relegadas a plano secundário.
A rigor, não é missão do Espiritismo a cura de corpos perecíveis: A Doutrina      está voltada para a cura da alma – sem dúvida, a origem de todos os males, físicos e morais, que afligem o homem na Terra.
Se o médium de cura não tiver discernimento, terminará no profissionalismo religioso e, se não contar com uma equipe idônea que o assessore, cometerá despautérios em nome da fé. Incensado pelos mais desavisados, consentirá que a vaidade o domine e, sem que perceba, em pouco tempo estará a seu próprio serviço e não da Causa que, inicialmente, se propunha defender.
Toda atividade séria no templo espírita é essencialmente, um trabalho de cura. Não há tarefa de cura mais legítima que a da transmissão do passe, pura e simplesmente! Jesus curava pela imposição das mãos.
A mediunidade de cura genuína não carece de recorrer a certos expedientes, como sejam: instrumentos cortantes, aplicação indiscriminada de agulhas hipodérmicas, total ausência de assepsia no suposto ato cirúrgico; nem tampouco o medianeiro necessita de paramentar-se como se fosse um cirurgião, fugindo à simplicidade que caracteriza as atividades doutrinárias sérias.
Uma reunião de estudos evangélicos que concite os seus freqüentadores à renovação íntima, é um trabalho de cura; o serviço assistencial em que se consagre o tempo disponível às obras de caridade é uma atividade de cura... Muitas moratórias no corpo somático tem sido conseguidas por aqueles que se devotam ao bem dos semelhantes!
Sem rodeios, diríamos que a grande maioria dos trabalhos de cura oferece campo de atuação para os espíritos infelizes que lentamente, dominam os médiuns e os induzem a se afastarem do “daí de graça o que de graça recebestes”... Sob o pretexto de fazer face a certas despesas da instituição que acolhe inúmeras pessoas, os médiuns e seus dirigentes fixam taxas de atendimento ou, então, sugerem que doações espontâneas sejam endereçadas aos cofres da casa que, a cada reunião, se locupletam. A verdadeira caridade não cria ônus para quem quer que seja. A venda de desconhecidas fórmulas de medicamentos e ungüentos, atribuídas aos espíritos, é, sem dúvida, uma exploração da fé e não se justifica em hipótese alguma.
Os dirigentes de uma casa espírita nunca devem se permitir diminutas concessões no campo doutrinário; das consideradas insignificantes concessões, aparecem as maiores e o mercantilismo se instala, fomentado pela ambição de encarnados e desencarnados.
Se a casa espírita conta com uma atividade especifica de cura, ela não deve ser priorizada em detrimento das demais tarefas da instituição, igualmente relevantes para a Doutrina.
Médiuns de cura monopolizadores que, inclusive querem a cabina de passes só para si, desmerecendo os esforços dos demais companheiros de mediunidade, necessitam ser alertados para o perigo espiritual da obsessão; muitos deles terminam em dolorosos processos de fascinação, anulando a si mesmos na abençoada possibilidade de servir com desinteresse!...

Extraído do livro – Conversando com os médiuns
                       De -  Carlos A. Baccelli / Odilon Fernandes
                       Livraria Espírita Edições "Pedro e Paulo"

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